É de conhecimento popular que ingerir bebidas alcóolicas enquanto se faz o uso de medicamentos pode cortar o efeito do remédio. Será que isso é um mito? Ou existe uma complicação ainda maior por trás dessa mistura?
Para responder à sua pergunta, vamos começar analisando alguns dados importantes!
1 – No Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, o consumo médio anual de álcool é de 8 litros por pessoa, superando a média mundial de 6,4 litros.
2 – Já na área de medicamentos, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) revelou que 86% dos entrevistados ingerem medicamentos sem a prescrição adequada.
Você pode perceber através desses dados que existe um consumo desequilibrado de ambos, que unidos, podem causar sérios problemas.
Álcool e medicamentos juntos
Quando bebemos, o álcool absorvido pelo estômago também percorre outros órgãos por meio da corrente sanguínea, e por conta disso afeta o cérebro e o sistema nervoso, podendo trazer efeitos similares aos dos remédios, potencializando-os. Medicamentos que causam sonolência, unidos ao álcool, podem ampliar os efeitos, te deixando mais sonolento, diminuindo sua respiração e batimentos cardíacos — e, em casos extremos, levar a um estado de coma e à morte, principalmente quando falamos de medicamentos voltados a saúde mental, e alguns relacionados a dor, alergias, resfriados e gripes também.
Outros medicamentos também podem acabar tendo efeitos negativos no corpo se misturados com bebidas alcoólicas, ou até perdendo o efeito, o que pode ser muito ruim quando se trata de medicamentos para tratamentos.
O fígado
Além disso, um dos principais processos acontece no fígado, onde o álcool e os medicamentos são decompostos. Cada remédio tem uma dose que leva em consideração o metabolismo que acontece no fígado. Quando os dois componentes são misturados, esse processo pode ser afetado drasticamente. O fígado, sobrecarregado, pode não conseguir metabolizar corretamente os medicamentos, aumentando a concentração deles no sangue e, consequentemente, os efeitos colaterais.
Outras complicações também podem ser ocasionadas:
Aumento do risco de sangramento: Alguns medicamentos, como anticoagulantes, já aumentam o risco de sangramento. O álcool pode potencializar esse efeito, aumentando as chances de hemorragias internas.
Danos ao fígado: A combinação de álcool e medicamentos pode levar a uma lesão hepática mais grave, aumentando o risco de cirrose e outras doenças do fígado.
Interferência na absorção de nutrientes: O álcool pode interferir na absorção de vitaminas e minerais essenciais para o bom funcionamento do organismo.
Aumento da toxicidade: Alguns medicamentos podem se tornar mais tóxicos em combinação com o álcool, causando danos a órgãos como os rins e o coração.
Como profissionais da área da Saúde, é muito importante sabermos essas informações e repassarmos aos nossos clientes. Por isso, aqui estão algumas formas de abordar este assunto:
Linguagem clara e simples: Evite termos técnicos e utilize exemplos do dia a dia para facilitar a compreensão do cliente.
Empatia: Demonstre preocupação com a saúde do cliente e explique os riscos de forma clara e objetiva.
Individualização: Adapte a conversa de acordo com o perfil do cliente e os medicamentos que ele utiliza.
Orientação: Explique a importância de seguir as orientações médicas e de nunca se automedicar.
Incentivo: Incentive o cliente a buscar informações sobre os medicamentos que utiliza e a tirar dúvidas com o médico ou farmacêutico.
Por fim, não é mito que o efeito do medicamento é cortado se misturado, mas também não é uma verdade absoluta. Em algumas situações o consumo moderado pode não causar nada, em outras, pode trazer algumas das consequências citadas, principalmente se utilizadas em grande quantidade. Por isso, é ideal que essa mistura seja evitada, e que sempre sejam consultadas a bula e o médico que receitou o medicamento.
Corretor, é importante que você se mantenha atualizado sobre estes assuntos e possa orientar seus clientes de forma correta e assertiva. Isso mostrará ainda mais sua preocupação com a Saúde dele(a).