Vivemos uma era em que emoções humanas comuns, comportamentos naturais e desafios cotidianos estão cada vez mais sendo enquadrados como doenças. A isso damos o nome de medicalização da vida: um fenômeno que transforma experiências humanas em diagnósticos, e soluções sociais ou educativas em tratamentos médicos ou farmacológicos.
O que está por trás da medicalização?
Esse processo é multifatorial. Envolve desde interesses da indústria farmacêutica até uma cultura que valoriza a alta performance e a eliminação imediata do sofrimento. Em vez de perguntar “por que estou me sentindo assim?”, a tendência é buscar “o que posso tomar para parar de me sentir assim?”.
A escola, o trabalho, os relacionamentos, tudo parece ter virado terreno para a patologização do comportamento. Crianças agitadas viram casos clínicos, profissionais estressados recebem rótulos psiquiátricos e pessoas idosas em luto são medicadas.
Os riscos dessa lógica
A medicalização não apenas expande o uso de medicamentos de forma muitas vezes desnecessária, como também apaga a singularidade das pessoas e minimiza a importância de fatores sociais, emocionais e ambientais no bem-estar.
Além disso, contribui para a estigmatização e reduz o espaço para abordagens mais integrativas, como a psicoterapia, a escuta ativa e as mudanças estruturais em ambientes escolares e corporativos.
E qual o papel da saúde suplementar?
Operadoras de saúde têm um papel fundamental nesse debate. É preciso repensar protocolos, valorizar equipes multidisciplinares, incentivar a saúde preventiva e o cuidado integral. Na Select, acreditamos que saúde é mais que ausência de doença: é equilíbrio, acolhimento e compreensão.
Defendemos um modelo de atenção que enxerga o paciente como sujeito e não apenas como um conjunto de sintomas. Um sistema que promova autonomia, escuta qualificada e acesso a diferentes formas de cuidado.